O Projeto Viva Arte Viva promove oficinas gratuitas de música, dança e teatro.
A educação artística é, segundo a UNESCO, uma ferramenta poderosa para a transformação social. Deste ponto de vista, o Viva Arte Viva traz consigo uma grande influência na melhoria da autoestima e na identidade cultural, na garantia do direito à cultura, na socialização dos estudantes, na formação cidadã, estimula a criatividade, desperta as vocações artísticas, oportuniza a criação em grupo e contribui para a percepção de um novo olhar sobre si mesmo, o mundo e a sociedade. O projeto está entre as ações da 5ª edição do Festival Sinfônico, apresentado pela Lei de Incentivo à Cultura e Shell, com patrocínio do Grupo Santa e realização da AMABRA e do Governo Federal.
"Perceber que o nosso trabalho está alcançando tantas famílias e dando oportunidade para tantas crianças terem contato com as belas artes, a cultura, a criatividade, além de abrir todo um novo mundo de possibilidades é maravilhoso. Além disso, todo ano realizamos apresentações dos estudantes do projeto com a Orquestra Filarmônica de Brasília, e este ano não vai ser diferente", pontua a coordenadora do Viva Arte Viva, Cleani Calazans.
Com cerca de 400 alunos, o Viva Arte Viva é uma iniciativa da Associação dos Amigos das Artes de Brasília (Amabra) com apoio da Orquestra Filarmônica de Brasília, que busca proporcionar acesso à arte e cultura para crianças e jovens, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento pessoal. Com foco em teatro, música e dança, o projeto oferece oficinas gratuitas para a comunidade do Distrito Federal e entorno. Desde sua idealização, em 2006, o projeto tem impactado positivamente a comunidade, integrando-a através das artes e proporcionando oportunidades únicas de aprendizado e expressão. Além disso, as atividades artísticas funcionam como um importante instrumento de integração social, ajudando a reduzir desajustes, conflitos sociais e a falta de oportunidades na comunidade.
“A meta é ampliar o projeto para outras Regiões Administrativas e atender o dobro do número de crianças e adolescentes. Também queremos oferecer oficinas voltadas para o público adulto, principalmente as mães que levam as suas crianças e ficam esperando, e poderiam fazer atividades simultâneas. Visamos ainda ampliar as modalidades de dança para além do Ballet Clássico, aumentar o número de instrumentos musicais e formar grupos profissionalizantes a partir das oficinas oferecidas pelo projeto”, explica Calazans.
Vale destacar que no Viva Arte Viva, as crianças e jovens praticam a cidadania e se desenvolvem com disciplina, sensibilidade e socialização. O projeto é dividido em três núcleos e oferece aulas de ballet clássico, teatro tradicional, música erudita e popular, com a formação em flauta, violino e canto coral. O Núcleo de Música, por exemplo, visa desenvolver habilidades musicais, contribuir para o desempenho escolar e oferecer oportunidades profissionais. Com cursos de instrumentos e aulas duas vezes por semana, o Núcleo busca formar profissionais para integrar grupos musicais.
Já o Núcleo de Teatro busca desenvolver a capacidade intuitiva dos alunos e aguçar sua percepção e reflexos, utilizando o fazer artístico como oportunidade de trabalho e formação de novas percepções da vida social. Como resultado, temos o Grupo Humus de Teatro, criado a partir das oficinas de teatro adulto. As aulas contam com atividades para o desenvolvimento corporal dos alunos, como expressividade, coordenação motora, ritmo e criação de gestos e movimentos.
O Núcleo de Dança, por sua vez, enxerga o ensino da dança como a criação de alternativas de trabalho e de vida visando à inclusão social e estímulo de uma cultura não violenta. O método Vaganova de Ballet Clássico e de Ballet Moderno é adotado no curso, que trabalha o desenvolvimento corporal dos alunos e os prepara para a montagem de espetáculos. Vários bailarinos formados no projeto foram selecionados para companhias renomadas, como o Ballet Bolshoi em Joinville-SC e a companhia Lamondance em Vancouver, Canadá.
Na prática, as aulas acontecem em quatro espaços, sendo três escolas para os próprios alunos e no Espaço Viva Arte Viva para a comunidade em geral. No total, o projeto oferece 39 turmas, sendo 17 de dança, 12 de música e 10 de teatro. A previsão é alcançar mais de 600 crianças de 4 a 12 anos. Com apresentações periódicas e o apoio da Orquestra Filarmônica de Brasília, o projeto não só mantém suas atividades, mas também contribui para a formação de futuros profissionais nas áreas artísticas.
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